sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Conversas de mundos paralelos...

A cada conversa que eu tenho com a minha cunhada Holandesa mais eu me convenço que vivemos em mundos paralelos.

Semanas atrás nós fomos a um churrasco de um primo de Amore e do irmão dele. Esse primo, caminhoneiro de profissão, é casado e tem um filho de 13 anos. A esposa, também muito simpática, trabalha part-time. Eles formam um casal simples, vivem suas vidinhas numa boa e tranquilamente. O rapaz, filho deles, é um dos garatos mais meigo que eu já conhecí e é super-bem-educado! É daqueles que sabe se comportar e se quer alguma coisa, ele pede a permissão (totalmente diferente de outros causos da família!...).

Todos nós achamos o rapaz um amor de pessoa, mas minha cunhada é da opinião que ele é muito ‘soft’ e afeminado no comportamento para um menino. Ela acha que a culpa é que ele é muito apegado à mãe e tem poucas influências de comportamento masculino por que o pai vive viajando. Ela achou também um absurdo que, durante o churrasco, o menino (de 13 anos) foi se sentar no colo e abraçar a mãe. De acordo com ela, isso não é o comportamento de homem e isso serve como exemplo por que ele é assim, soft e afeminado.

Eu discordo completamente dela. O rapaz é de natureza uma pessoa calma e meiga (que nem a mãe) e é a personalidade dele, não tem nada a ver com imitação de comportamento. O fato dele não ficar arranjando briga com outros rapazes não faz dele ser mais ou menos homem. Disse para minha cunhada que se fosse assim, que os nossos próprios queridos também seriam softs e afeminados, por que o nosso sogro nunca realmente interagiu com eles e a minha sogra até tirou Amore da creche por que ela não aguentava ficar sozinha em casa. Acredito sim, que certos comportamentos podem serem copiados como a maneira de segurar uma caneta ou como alguém passa a manteiga no pão, mas não a personalidade que é formada por algumas características que herdamos e características individuais que nos fazem seres únicos, como por exemplo, ser uma pessoa calma.

Ela diz que continua achando que a culpa é a apegação com a mãe e eu já estava vendo a conversa ir ao rumo em que ela viria a me dizer que a homosexualidade também é causada por influência de comportamento e não como um fator biológico. Porém, a conversa não chegou a tal ponto, por isso, isso é pura dedução minha.

Enfim, dois dias atrás passou um caso parecido, mas mais bem complicado no Dr. Phil (nossa hora do jantar) e Amore começou a achar graça da ignorância de alguns convidados que presumiam o mesmo que a minha cunhada. Falei que aquilo alí era examente como ela pensava e Amore não acreditava. Também disse que o irmão dele também achava que tinha alguma coisa de “errado” com o rapaz, mas não sabia dizer o quê. Já o meu marido pensa diferente e pensa como eu.

Eis que daí eu me pergunto, dá onde vem essa diferença de mentalidade? Não é da religião, por que todos eles são ateus, seria então a diferença do nível de estudo? Seria da educação? Ou de outra coisa que não sei definir?

Dá onde vem?..

4 comentários:

Cris disse...

Com relação ao menino de 13 anos, se ele fosse mesmo soft e afeminado e, com todas as letras: homossexual... não entendo porque isso seria visto como um 'problema'. Mas não tem jeito, isso é uma coisa que a sociedade ainda vai demorar a aceitar.
Se for a opção de um dos meus filhos, vou estar ao lado deles 100%.
Quanto à diferença de mentalidade... não adianta tentarmos entender, acho que é impossível saber de onde vem. Tenho uma irmã gêmea, portanto, nem mesmo diferença de idade nós temos. Tivemos a mesma criação, mesma escola, mesmos amigos... e sempre fomos totalmente diferentes em personalidade. Hoje em dia, depois de casadas e cada uma morando em sua casa, nossa relação de irmãs é bem melhor do que durante a época em que morávamos sob o mesmo teto. Quase posso dizer que somos pólos opostos. Temos opiniões e conceitos bem diferentes, em geral. E, em muitos sentidos, a acho super conservadora enquanto ela me acha liberal demais... vai entender?!
(Ainda bem que mesmo com todas as diferenças nos amamos e somos unidas :)
Beijos!!

Marcia-Rotterdam disse...

affff, essa deve ser a tal cunhada que achou o tio bonzinho para dar cigarro, não?? Families and how to survive them...é o nome de um livro bom do John Cleese. É cada uma que temos que aturar!

Anônimo disse...

é preguiça de pensar!

Holandesa disse...

É Márcia, é!...