Eu trabalhei meses tentando resolver um problema cabreiro no projeto que ninguém, absolutamente ninguém, queria resolver por que era muito chato e complicado.
Eis que quando eu cheguei a conclusão do problema e oferecí a solução com a minha recomendação, um gerente que não tem nada a ver com o conteúdo, resolveu se meter nas discussões e insatisfeito com a minha solução, veio com uma outra opção que era uma mistura da minha com algo que ele embestou que se precisava.
Ele, na função dele, não deveria discutir conteúdo, por isso a situação foi muito estranha. Era como se um diretor de uma escola, responsável por contratar os melhores professores, fosse discutir com um professor como resolver um problema de física quântica sendo ele mesmo um leigo no assunto.
Eu considerei a opção dele e junto das outras, coloquei os prós e contras de cada uma delas e baseado nisso, eu continuei com a minha recomendação. Isso é o meu trabalho, a minha função, mas, por fim, quem toma a decisão é o cliente, e ele, por fazer parte da organização do cliente, tomou a decisão que era continuar com a opção dele. Tendo explicado as consequências e ele assumindo a responsabilidade delas, eu baixei o meu facho e fiquei na minha. Isso aconteceu nas alturas de quando eu saí de licença de maternidade.
Quando eu voltei, muita água tinha passado por debaixo da ponte. O tal gerente foi chamado à atenção pelo comitê superior e sua decisão tinha sido revogada. O comitê concluíu que meu estudo estava certo e resolveu seguir a minha recomendação como a única solução possível.
O gerente então falou para o meu líder-do-projeto que eu conseguí a minha ‘vontade’, mas que eu não voltaria então para o projeto. Ou seja, mesmo estando certa, eu continuei saindo perdendo.
Fiquei com aquele sentimento duplo por causa disso. Estava feliz de ter me livrado do projeto capenga e por mostrar que a minha solução estava correta, mas não estava feliz pela maneira como saí do projeto. Fiquei com aquele gostinho amargo de desonestidade e injustiça na boca do estômago.
Agora, mêses depois, o sistema estava cheio de erros e problemas e no projeto só tem 'juniors'. Eis então que o líder-do–projeto comprou briga com o tal gerente e veio me pedir ajuda, por que eu sou a única especialista por dentro do assunto. Obviamente, o tal gerente não tem mais pra onde correr e resolveu encolher o rabinho entre as pernas.
Cheguei a pensar se a implicância era só comigo, mas descobrí que essas picuínhas dele são frequentes e conhecidas. Há até um grupinho de colegas que se recusa a trabalhar em qualquer projeto que for desse cliente, por que sempre dá confusão, sempre é chato e sempre sobra pra gente, não importa se estamos certos e com a razão. Já é um caso perdido antes mesmo de começar.
E se eu fosse um pouquinho barraqueira, eu poderia muito bem dar às costas e dizer que eu não tenho tempo para eles, porém por mais que o tal gerente não mereça a minha ajuda, em termos de profissionalismo, eu acho que não posso fazer isso.
Acho até que saio como superior (à ele) dessa história se eu resolver os problemas no sistema. Mas, sinceramente, que dá uma vontade de dar um ponta-pé na "derrières" ” do dito-cujo, ah isso dá!...
Um comentário:
nem me fale, conheço uns colegas assim dentro da minha própria firma... só nos resta ter certeza que mesmo sem afirmarem oficialmente todos sabem da sua capacidade e que sem vc eles estariam perdidos.
Agora ter que lidar com ego de burro é o Ó né? Como cansa gente do céu! Detesto perder meu tempo com a burrice e arrogancia dos outros!
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