quinta-feira, 4 de junho de 2009

Break even point

Com essa estória de filho, retorno ao trabalho, mudança de vida, eu simplesmente me esquecí que dia 15 de maio fez 17 anos que eu estou na Holanda.
Foram 17 anos no Brasil e agora 17 anos na Holanda. Cheguei no “break even point” (ponto do equilíbrio).

É estranho, estranhérrimo, para ser sincera, pensar que já estou há tantos anos aqui. A mesma quantidade de anos que viví no Brasil... Eu, que sempre tive a impressão que os meus primeiros 17 anos de vida duraram (quase) uma eternidade, sinto como se esses 17 anos de Holanda passaram como um suspiro!

Ainda não sei como me sinto. Sei que não sinto mais saudades da minha vida no Brasil, por mais que eu sinta saudades do Brasil de vez em quando. Fico me perguntando se a partir do ano que vem ou nos anos a seguirem, se eu vou me sentir mais Holandesa do que Brasileira? Hoje em dia, eu não me sinto nem uma, nem outra. Geralmente, entre as duas culturas, eu defendo aquela que, de acordo com a questão, está certa no meu ponto de vista.

Será que um dia, a primeira fase da minha vida deixará de ter a sua importância para mim? Será que um dia eu vou me sentir 100% Holandesa?
Sinceramente? Eu acho pouco provável!...

4 comentários:

Ana disse...

Holandesa, uma pergunta que sempre quis fazer: você fala que lingua com a sua mae e com a sua irma Kika ? Beijo grande.

Holandesa disse...

Ana,
Na regra geral, com as minhas irmãs e com a minha mãe, a gente fala Português, mas se os nossos maridos estão presentes ou na conversa, aí vai em Holandês. Acho que nós falamos a primeira língua que vem à cabeça e por costume de anos, é o Português. :)

Adriana disse...

Nossa, nos conhecemos a tanto tempo e eu nunca percebi essa coincidência: também cheguei num 15 de maio, só que há 6 anos. E eu acho que, apesar do seu português nativo, você pensa mais como uma holandesa do que como uma brasileira, o que é ótimo aliás, já que você vive aqui. Do nosso círculo de amizades, no meu ver você é a mais adaptada, e eu, provavelmente, a menos. E quanto a sentir saudades do Brasil, eu tenho saudades da família e da facilidade de entender a língua, a cultura, tudo ao meu redor, mas de resto não sinto falta não. Quem sabe um dia me adapto aqui a metade do que vc se adaptou, já estarei felizinha. E vamo comprar filé mignon no Makro, sentir falta de carne brasileira, pra que? Fui!

Holandesa disse...

Dri,
Na verdade, nós saímos de Belém no dia 10 de maio, domingo Dia das Mães. Mas, só fomos chegar na Holanda dias depois, por que eu, o Tiki e o Mico (filhos da Rorro, madrinha do S. e que imigraram juntos com a gente) éramos menores de idade e fomos "barrados no baile" em Recife por que os nossos pais não estavam juntos. Nós fomos barrados por causa de um caso parecido como do Sean que vc fala no seu blog. A companhia aerea ficou com medo e não deixou a gente viajar.
Só depois que os nossos pais apresentaram documentos de permissão é que nós conseguimos vir. Nosso "porto de chegada" foi Paris vindo do Rio, uma rota que ficou famosa nos últimos dias no jornal... :s