terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Parte 1 - Arregaçando as mangas...

Escrevi as minhas cartinhas, fiz o update do meu currículo e mandei-os para 3 vagas.


Entre os colegas do meu time todo mundo abrindo o jogo dizendo para que vagas eles estão tentando para saber com quem cada um de nós está competindo. Preciso dizer que tem muita gente roendo as unhas?..

A lei Holandesa diz que esse processo de seleção deve ser feito para dar chances iguais para todos. A verdade é que isso tudo é muita enrolação. Todo mundo sabe que foi feito uma lista com os nomes e que 80% das vagas já tem ‘o nome do candidato (preferido)’. A única coisa que o candidato deve fazer é mandar sua cartinha e cv para a tal vaga (e ir para a entrevista).

Obviamente que ninguém pode saber e ter provas que essa lista existe, por que quem for demitido pode bater na porta da UWV (instituição que paga o salário do demitido) com esse tipo de informação e quem acaba numa ‘fria’ é a empresa (entenda-se: mega-indenização e multa), já que a lei diz que: deve haver um processo honesto de seleção do candidato, dando oportunidades iguais para os atuais empregados afetados pela reorganização. Depois da seleção, a escolha do candidato deve ser baseada em justificativas concretas (como diplomas, experiência, etc...) que podem ser apresentadas em caso de dúvidas & processos. Caso a empresa falhe nesta regra, ela é obrigada a demitir de acordo com o ‘Afspiegelingsbeginsel’ que quer dizer que os empregados da empresa são divididos em categorias de faixa de idades: 15-25, 25-35, 35-45, 45-55, 55-65 anos. De cada grupo deverá sair um número representativo de empregados de funções de pesos e categorias similares, sendo que o último a entrar é sempre o primeiro a sair, independente da performance do candidato é de suas fantásticas qualidades profissionais. [ Eis o motivo por que não é aconselhado mudar de emprego em tempos de crises econômicas...]

No momento, eu não faço idéia onde o meu nome está na lista. Acredito que eu tenho boas chances e acho que passarei de mais um facão da minha carreira (já passei por 5 reorganizações e esse é o 3 facão. Acho que já estou virando catedrática no assunto!).

Como eu estava dizendo para as amigas. Talvez eu esteja sendo ‘arrogante’, ou então, muito ‘inocente’, mas eu não estou preocupada com o emprego em sí. Como já disse antes, acho que consigo de novo uma função (legal) dentro da empresa. E mesmo se não conseguir, isso não está tirando o meu sono. Sei que consigo um outro emprego logo, mesmo que não seja ainda exatamente o que eu gostaria. O que para mim seria o maior incomodo é perder a estabilidade e estrutura familiar que eu criei em volta do meu trabalho. Estou me referindo ao fato de que tenho um lugar fixo de trabalho numa distância aceitável de onde eu moro. Tenho horário de trabalho flexível. Eu consigo tomar o café da manhã com os meus filhos e levá-los para creche. Eu começo mais tarde, mas saio mais tarde da empresa também, depois do trânsito da rush hour e sem me estressar já que meu marido apanha as crianças. Também posso trabalhar de casa, já que a empresa oferece estrutura para isso. Sem falar que as minhas funções tem sido de nível global e internacional. Algo que sempre almejei na minha carreira. E também, muito importante, bastante dias de férias! (uma grande vantagem caso os filhos fiquem doente e você tenha que ficar em casa com eles!). Sem falar no meu salário e outros benefícios financeiros da empresa.

Mudar de emprego na minha área significa quase que automaticamente voltar para ‘Consultoria’. Viajando de carro pelos 4 cantos do pais à base de projetos, sem ter a estabilidade e estrutura que eu criei com os meus filhos e marido.

Tirando todas as razões já mencionadas acima, essa última é a mais importante pra mim e o maior motivo para não pegar o meu banquinho, a minha indenização e o prêmio de estimulo de demissão e procurar algo em outro lugar... [ o que também significa também passar pelo mesmo processo de seleção!].

Agora é esperar o convite para as entrevistas em fevereiro. Imaginem só passar um mês inteiro indo e vindo de entrevistas?! ...

Haja paciência.

2 comentários:

Line disse...

Eu também estou ativamente procurando por emprego. Mas acabei recusando duas oportunidades porque eram project based. Um projeto de 1 ano, outro era de 10 meses.
Por mais interessante que fossem, assim como vc, eu também dou muito valor à minha estabilidade. Acho que ficaria neurótica se fosse contratada por projeto, sempre antecipadamente MUITO ansiosa, rs.
Mas pelo jeito que as coisas estão, vou acabar contratada project base mesmo...e vou ter que aprender a viver com isso.

Eliana disse...

De acordo com a sua análise, e considerando todas as vantagens, é ficar até o fim mesmo. O importante é manter a tranquilidade e encarar os desafios. Boa sorte!