sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Reflexão...

Tem gente que sempre sonhou em ser mãe. Mulheres que já tem o jeito e o dom de ser mãe antes mesmo de ter filhos.
Eu, como mãe, tive que evoluir. E provavelmente, continuo evoluíndo a cada dia. Ou assim espero...

Conversando com amigas, eu disse que quando criança eu brincava de escritório. Eu preenchia formulários. Geralmente eu conseguia aqueles envelopes para pedido de revelação de filme e inventava mil e uns empregos, nem um deles era de fotografia, mas tudo bem... Também brincava muito de pira-se-esconde, de elástico, Polícia e ladrão, Queimadas (quantas boladas eu levei, aiai!) e assim vai... Adorava todas essas brincadeiras!

Também brinquei de bonecas. Tive (somente) uma Barbie loira lindadivinaemaravilhosa e eu já desde pequena tinha determinado que ela era uma ‘mulher de carreira e sucesso’. No meu mundo imaginário era só ela. [Por incrível que parece, eu achava o Ken suuuuper-sem-graça e por isso, ele nem fazia parte da fantasia]. Então, brincar de bebê? De ser mãe?... Não. Eu nem sequer tive uma daquelas bonecas-bebês da Estrela que fazia pipi e eram super-famosas da minha época. Pra ser sincera, nunca fiz questão e nunca pedí.

Além disso, talvez por ser a filha caçula e com uma diferença de idade bem diversificada com os meus irmãos (12 anos pro meu irmão, 9 pra minha irmã mais velha e 3 com a Kika), eu não tive contato com crianças menores que eu e bebês em gral. Na verdade, eu sou a caçula da família inteira até mesmo comparada com os meus primos, e pro isso, eu nunca tive nenhuma referência nessa área.

Aí, parece que de um dia pro outro você cresce. Vira adulto. Tem um relacionamento sério e pensa que, com ele (ou ela) você gostaria de juntar os trapos. Construir uma vida juntos, dividir experiências, conquistas, novos conhecimentos e bladibladiblá... Eis que surge a pergunta: E filhos? Você quer ter?...

Pensei muito (e planejei mais ainda...). Para quem segue o meu blog desde o início (http://www.holandesa.blogger.com.br/) e seguiu o meu início de carreira desde o primeiro emprego viu o meu processo. Os meus dramas de uma consultora júnior assumindo responsabilidades bem acima do nível dela e coisas do gênero. Cometí erros (muitos!), mas conquistei mais ainda. Com o tempo, eu fui me ajustando e queria sim ter uma família, mesmo não tendo nenhuma noção de como ser mãe e como eu seria. Tive que vencer medos para finalmente tentar.

O que muita gente não sabe é que, se por algum motivo de saúde não fosse possível ter filhos, eu já sabia que não faria tratamento. Puramente e simplesmente, por que eu acho que não teria a bagagem ou capacidade suficente para aturar o tratamento e as consequências dele. Podem até dizer então que eu não sentia mesmo a necessidade (vital) de ter filhos, por que senão, eu aturaria qualquer coisa.

Eu já era feliz mesmo sem ter filhos. Minha felicidade nunca dependeu disso para ser sincera. Mesmo que agora que eu tenho um filho danado lindodeviver, eu não consigo mais imaginar a minha vida sem ele.

Pra mim, sempre foi tudo muito lógico e claro. Não dá pra amar ou sentir falta do que você não tem e nunca teve. Então, até o S. nascer, eu não conseguia imaginar, ou melhor, sentir o sentimento do que seria.

[Pelo menos, eu não. Outras mulheres, aquela que falei logo no início, sim.]

Dizer que só agora (que eu tenho filhos) eu sou feliz é mentira. Dizer que só agora eu entendo o que a vida é ou significa, também é.

Meu(s) filho(s) são uma expansão da minha vida. O amor, que antes não existia por que ele(s) não existia(m) é como se o oxigênio tivesse se expandido num lugar que antes era vácuo. Ou a água que preenche todos os espaços disponíveis em todos os formatos possíveis quando liberada de barreiras.

Isso tudo fez parte da minha evolução. Como gente, como mulher.

Eu ainda tenho muito que aprender e evoluir como mãe. Principalmente na área de paciência e comunicação com crianças. Admiro quem tem esse dom (a Alice!) e que sabe fazer desde o início, mas não vejo que a minha vida ou eu, tive ‘alguma coisa de errada’ nessa área...

Os seres humanos são diferentes. Não há certo ou errado. Há, por fim, o que eu estou a refletir aqui, evolução.

E assim caminha a humanidade. Ou assim se espera...
*
*
*
*
Bom finde à todos!

3 comentários:

Marcita disse...

Eu me vi em vários momentos do teu post. Nunca pensei ter filhos, ou ao menos não tinha isso nos meus planos. De repente, resolvi que teria um. Não sei porque não o tive antes, se calhar veio na hora certa, não sei. Sei que agora não imagino a minha vida sem ele, sou muito feliz, mas não me sinto mais realizada, mais completa. Sinto-me mais feliz ainda porque antes do Juquinha chegar eu já tinha um marido fabuloso e 3 gatinhos fofíssimos.
E quer saber mais? Eu brincava de escritório!!! Minha mãe trazia aqueles papéis que antigamente preenchíamos nos bancos para depósitos e tudo mais. Quando ela trazia os que tinham carbono então, era o máximo!

Alice disse...

Obrigada pelas palavras elogiosas. O dom da comunicação eu tenho, agora a paciência eu me esforço!
Eu sempre quis ter filhos, mas já vinha desistindo. Foi aí que o acaso me trouxe um presente.
Mesmo com o desejo eu também não faria tratamento.

Miss Pittig disse...

Parabéns uma menina!!! Um casal!!! Muito legal...eu fiz o tratamtento e se tivesse que fazer "um" novo nao faria, é muito estressante e sinto as cargas hormonais até hoje, passei muito medo.
Mas valeram a pena os 4 anos anos de espera...pois a Louise é o sol, a lua,as estrelas...é a razao do meu viver.eu vou aprendendo aqui e ali...a ser uma boa mãe!!! kkk...