terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Da vida, da morte...

Do trabalho.
Depois de 3 semanas puxadas, trabalhando full-time, a velocidade das coisas [finalmente] baixaram. Agora tá batendo aquele cansaço acumulado. Ainda mais por que, como sempre, foi tudo ao mesmo tempo.

Foi trabalho pesado, viagem, mudanças de fuso horário, batizado [e todos os seus preparativos como livrinho, música, bolo...), cuidados de filhote... Mas, a luz do tunel está logo alí. Amanhã eu tenho o meu ‘mama-dag’ e vou tirar folga a outra metade do dia. Vou curtir filhote. E semana que vem é a última semana de trabalho antes das férias. Aí só vai ser de novo no ano que vem...

Ano que vem também vai ser anunciado as mudanças da reorganização. Sabe-se lá que função eu vou ter, mas tenho quase certeza que terei emprego. Tive 2 grandes sucessos profissionais esse ano. O último foi o das últimas 3 semanas com enfâse na semana passada. Trabalhamos feito múmias, não ví nada de Boston (estávamos à 40kms de Boston), mas os pontos que marquei profissionalmente foram bastante satisfatórios para mim e isso é o que conta. Ou melhor, eles vão contar na ‘reorganização’. Só espero que se houver uma mudança de função na minha área, que seja algo que eu goste. Estou cruzando os dedos...

Sobre o filhote.
Filho está numa nova fase. Passou a fase de comer de poucas quantidades para as de grande fartura. Um verdadeiro desespero se a comida não estiver logo alí, na sua boca.

Ele anda também bastante serelepe, risonho, rí para todo mundo que passa e olha pra ele, adora banho, parece um sapo dentro da banheira, já aprendeu a sentar: fica de joelho, faz umas manobras com as perninhas e senta. Assim, com 9 meses e meio. É saudável e forte. Está com 75 cm de altura e 9.550kg de peso. Também já nasceu mais um dente, o de cima e na frente, o outro também está para nascer pelo jeito. Coloca tudo o que pega na mão na boca. Não dá para virar as costas! Ama os gatos! [ E os gatos já se acostumaram com ele, mas ainda têm medo da ‘maozinha carinhosa’ dele].

Adora tudo que brilha, principalmente colares [arrebentou o da madrinha no dia do batizado]. Adora puxar brincos e cabelos também. Por via das dúvidas, não íremos colocar nossa mega-árvore de Natal de 2m 10cm de altura para ele não querer escalar ou puxar os enfeites.

É [bastante] social. De acordo com Amore, isso ele puxou de mim. Adora estar entre outras pessoas e vai pro colo de todo mundo. Também tem o prazer de viajar como a mãe, já que filhote se adaptou muito bem na viagem de férias, novamente de acordo com o pai. Mas, fisicamente, olhando as fotos de papai na sua idade, filho puxou muito a ele. No entanto, a cor dos olhos está mudando. Está cinza esverdeado. Deve ser resultado da mistura do azul dos olhos do pai com o castanho claro da mãe? Ou então, é alguma influência de DNA de outro parente.

O grande desafio de dormir vai cada vez melhor. Geralmente ele acorda ainda lá pela meia-noite e depois dorme até umas 5:30hrs - 6:00hrs. Mas, só ganha de novo a mamadeira a partir das 6:30hrs. Horário que papai sai de casa e mamãe levanta. Com um pouco de sorte ele dorme até mais tarde, mas é mais a exceção do que a regra.

Sobre medo...
Hoje, ou melhor, desde a minha volta da viagem, eu me dei conta do que eu realmente sinto medo com relação ao dilema que contei alguns posts atrás.

Uma vez eu disse aqui (no velho blog) que eu não precisava morrer velha. Falei isso antes de ter filhos. Agora, meu maior medo, ainda mais nessas viagens à trabalho é de que algo aconteça comigo. Algo que devido a minha ambição profissional me afaste de filhote nessa vida. Sabendo que ele precisa de mim, sabendo que sou dependente dele [e vice-versa]. Não sei se me perdoaria. E ao mesmo tempo eu sei que com medo não se vive e por isso, eu continuo seguindo em frente. Não adianta também dizer que essas coisas não acontecem, acontecem. [Há alguns blogs onde se lê essas histórias: Para Francisco... - o pai morreu pouco antes do filho nascer, Dona Pedrinha – A irmã gêmea morreu deixando uma filha]. E não há nada que possamos fazer. Ser cuidadosa só não basta. É coisa do destino. Um destino que nenhum pai ou mãe deseja.

É incrível como que a maternidade, o início de uma nova vida, traz mais forte a consciência da fatalidade do ser. De como o nosso tempo é limitado. E quando o amor é tão forte, o medo da separação é aterrorizante. Me surpreendo a cada dia que passa de como eu mudei. Da mulher que se atreveu a nadar entre tubarões e escalar montanha de gelo sendo a pessoa mais desajeitada do mundo, agora ter medo de coisas que antigamente nem pensava ou sequer levava em consideração de que algo pudesse acontecer de errado.

Como eu disse antes, meu vôo de ida para o EUA foi terrível. Teve gente passando mal [entenda-se: vomitando] por que, durante várias vezes no vôo, tínhamos aquelas ‘quedas de altura’ repentinas. Passamos por mal tempo em cima do oceano, uma tempestade com ventos fortes e para completar, meu conhecimento de aviões (sempre AMEI viajar de avião!) e seus ‘acidentes’ me prejudicaram dessa vez. Eu viajei no mesmo modelo de avião que teve aquele acidente do vôo de Rio – Paris em maio desse ano e passando por todo aquele mal tempo a viagem inteira ficou impossível não pensar no pior dos acontecimentos. E mesmo assim, eu consegui controlar o meu medo [também não tinha outra opção melhor. Entrar em pânico e gritar não ajudam em nada e não havia nada que eu poderia fazer...].

Hoje eu sei que não quero morrer cedo. Que mudei de opinião. Que quero envelhecer, ver meu(s) filho(s?) crescer, quero ter netos, quero ser a vovó legal (mas, não muito cedo!) e que quero curtir tudo o máximo que eu posso e de preferência ao mesmo tempo. Não sei (ainda) se vou conseguir, mas uma coisa eu tenho certeza, eu vou lutar até à morte por isso!...

4 comentários:

Anônimo disse...

Não fique pensando besteiras, pois você acaba atraindo essas situações. Pense positivo, pense (com orgulho) comon você batalhou para chegar até aqui e que agora é hora de desfrutar... Lembre-se da velha frase da mãe de Forest Gump "A vida é como uma caixa de bombons... vc nunca sabe o que vem".
Aproveite cada instante dessa fase que vc está vivendo, pois ela passa e tudo isso ficará na saudade.
Felicidades, hoje e sempre!!!

Marcia disse...

Sim, viva sua vida, afinal de contas nada pode controlar o destino! Algo poderia te acontecer mesmo se você ficasse quietinha em casa.
Dito isto, eu MORRO de medo de avião...não sei o que faria se tivesse que viajar muito a trabalho.

Jaboticaba Preta disse...

Concordo contigo que prevenido morreu de velho. No mais, fique tranqüila, tudo se ajeitará conforme o andar da carruagem.

Anônimo disse...

Pois é. Em 2008 o meu voo aterrissou em Hong Kong durante um tufão. Quando aterrissamos, os ventos já tinham perdido parte da violencia, mas foi uma das PIORES experiências que eu passei na minha vida. Eu tremia, chorava e achava que tudo iria terminar ali. Nessas horas a gente se sente tão frágil, e eu que amo viajar... tenho desde então sofrido um pouco quando entro em aviões. Mas por outro lado, tem gente que morre de maneira tão "boba". Aqui mesmo perto de casa: uma freira tropeçou quando o onibus estava para parar no ponto. Ela bateu com a cabeça e morreu...
Enfim, não queria escrever um post terrorizante (risos), mas acho que somente mesmo peru é que morre na véspera :-)
Tenha uma vida lonfa, saudável e feliz.
Luciana