quinta-feira, 26 de maio de 2011

Oi!

- Ehhh, calma, não, não aconteceu nada (ainda). Não tenho muitas novidades (ainda). Não nasceu ninguém ainda. Nem da minha gata, nem da minha barriga. Parece que estamos fazendo uma aposta. Imaginem só se nasce(m) tudo no mesmo dia? Meu marido vai ficar maluco. Haha!

- Tive uns dias difíceis. Sentí muitas dores por que a menina se virou e como já estou quase na reta de chegada (amanhã completo 39 semanas), essas 'viradas' não vão sem dores, contusões e até mesmo hematômas. Agora ela está na posição certa. Mas, continua não encaixada. O que significa que ela ainda pode dar umas cambalhotas, sendo que eu já acho pouco provável. As dores acontecem muito de noite e de madrugada e chegam tirar noites seguidas de sono e descanso. Durante o dia eu tento repousar, mas nem sempre é possível quando se tem os cuidados de um filhote e 2 anos e 3 mêses.

- Nos dias que o filhote está na creche. Eu tento fazer umas saidinhas. Fazer umas comprinhas, lanchar ou tomar um café em algum lugar. Ir ao cinema (fui com a minha mãe assistir Water for Elephants). Foi bom pra relaxar.

- Vou semanalmente para as minhas consultas no hospital novo. Toda vez é com um outro médico. Isso tem vantagem e desvantagem, já que na hora H. eu pelo menos já conhecí uma boa parte deles em vez de 1 só. Desvantagem pode ser o seguimento das minhas conversas, mas todos até agora tem sido muito bons e profissionais. Quando conversamos sobre as possibilidades, por mais que a gente continue seguindo (e eu respeitando) as normas Holandesas, eu esponho os meus limites e eles tem respeitado. Como por ex. Até semana passada a menina estava transversal. Eles queriam fazer um 'versie' (virar o/a bebê na minha barriga manualmente para a posição de parto normal). Eu recusei. Disse que não irei forçar a natureza e que eles não podiam me dar nenhuma garantia. ë o meu direito e eles não podem obrigar. No final das contas, a menina virou por si só (eu gostando ou não) sem precisar forçar a natureza e correr riscos do tratamento. Eles respeitaram a minha escolha.  Isso tem me dado uma certa tranquilidade, por mais que todas as vezes eu tenho que explicar os meus limites.

- Confesso ter medo do parto normal. Por incrível que pareça não é nem por causa da dor, por que eu já sentí antes. Já sei como é. Meu medo é do corte (epi) ou de ter um 'kunstverlossing' (tirar o bebê à vacuum ou alicate. Coisas pra mim que não entram na categoria 'parto normal de sucesso', por mais que Holandês defina como sucesso. Ou, que eu tenha de novo uma cesária de emergência e tenha que ser de novo com anestesia geral. Esse é o meu último parto/gravidez. No que depender de mim, não haverá outro. Então, estar presente conscientemente (com anestesia) durante esse parto é importante pra mim. Ou então é o meu medo que haja alguma complicação séria como a ruptura da primeira cicatriz.

- Médicos e parteiras aconselham falar sobre os (meus) medos. Ir com medo trancado no peito para um parto é um péssimo começo, mas muitas pessoas, muito bem intencionadas, eu sei, dão conselhos ou comentários que não ajudam em nada. Eu tenho andado muito chata esses útlimos dias. Isso tem sido uns dos motivos que as vezes nem apareço ou só desabafo para pessoas mais íntimas.
É difícil para pessoas queridas (às vezes) entenderem e eu tenho que calar a boca pra não magoar ninguém e me arrepender depois. 

Outro dia eu falei com uma amiga e eu disse, ou melhor, descreví pra ela o cenário e pedí pra ela tentar se colocar nele: Você está com dores no corpo todo. Costas, barriga, na 'cruz' (como Holandês fala para virilha), seus hormônios à 1000 (pior do que ataque de TPM), dores de cabeça, azia e noites seguidas sem dormir (por causa das dores e NADA ajuda.). Você mal consegue se agachar. Curvar está impossível (tem 1 pé na minha costela e outro na altura do estômago). Ansiosa e ao mesmo tempo com medo de como e quando vai acontecer o parto. Ou seja, vc está super-sensível e ranziza emocionalmente, psicologicamente e fisicamente falando. Sem falar que você ainda tem os cuidados de seu outro filho que você ama com cada célula do seu corpo, mas que as vezes você se tranca no banheiro para ter um pouco de sossego ou com medo de perder a paciência com ele, já que ele não merece essa mãe monstra. Você SABE que tem que relaxar, se acalmar, respirar fundo, relativizar e tudo mais e vem alguém, por mais querida que seja e te diz: "Calma! Relaxa! Milhares de mulheres já tiveram filhos no mundo inteiro... Isso que você está passando não é novidade."

Pense comigo: Como você se sentiria? Vvocê acha que eu não sei disso tudo? Agora, será que não se esqueceram de um pequeno detalhe nessa história toda?... Na hora do pegapracapá, sou EU que tenho que fazer 'o serviço'. O parto, a barriga, corpo e tudo é meu, não é do mundo. Há sim pessoas presentes pra me ajudar na hora, mas no final das contas, sou só EU que estou parindo. Já que parto em sí, é um ato egoísta de uma pessoa só, dei-me licensa de ser egoísta nos meus sentimentos...

E eu sei, se você chegou até aqui, nesse parágrafo, você já deve estar pensando o quanto eu estou de saco cheio, chata e ranziza há essas alturas (pode encher de báh alí embaixo do post!). É verdade. E eu sou gente. Eu tenho dias bons e ruins.

E hoje, por mais que eu tenha passado o dia dentro de casa (coisa que me sufoca depois de alguns dias), eu passei o dia assitindo uns shows da Oprah, inclusive o último deles, que foi simples, mas perfeito. Chorei muito, muiiito mesmo. Mas, foi o melhor pep-talk e conselhos que eu pude receber que nenhum médico, amigo ou familiar pudesse me dar e que me acalmasse psicologicamente pro parto. Acho que vou repetí-lo quase que diariamente e todas as vezes que eu tiver uma 'queda' de espírito...

Quem puder, assista! (Aqui vai a primeira parte. Tem várias partes que podem ser vistas no Youtube. A 2 últimas partes são as melhores).

4 comentários:

Eliana disse...

Dá pra entender do que vc está falando. É como se menosprezasse a sua situação, minimizando seus anceios e sentimentos. É um momento feliz, afinal chegando mais uma pessoinha. Por um outro lado, a chegada desta pessoinha envolve outros fatos que trazem preocupações. É natural que vc esteja preocupada, ansiosa, com todos os sentimentos misturados ao medo. Realmente um monte de mulheres pari todos os dias, em todos os cantos do mundo, nas mais diversas situações mas o fato é, que apesar da reprodução ser um fato natural-humano, cada mulher tem a sua própria e única experiência. Afinal, é sim uma novidade para você, mesmo já na segunda gravideze para quem está próximo de você, acho que tem pleno conhecimento do que vc já passou. Acho que foi falta de tato e que realmente não caiu bem!

Anônimo disse...

Beijo!

eliecy disse...

Te entendo bem!!!!!! Esse turbilhão de emoções que estás sentindo não é fácil, e, ainda por cima com desgaste físico pelas noites mal dorminadas é dose. Te desejo muita sorte. Bom, se puderes descanse o corpo.

Holandesa disse...

Eliana, você entendeu toda a questão. É como disse a Oprah no último programa: Do you see me? Do you hear me? Am I worthy?
Em vez de mostrar empatia, o que você escuta é um menosprezo dos meus sentimentos.
Eu sei que daqui alguns meses, quando a minha vida estiver entrado num ritmo de novo e me 'recuperado' da gravidez, que eu vou me sentir ruim como se tivesse exagerado, mas não seria bom se as pessoas levassem em conta como um grávida se sente?...