sábado, 26 de julho de 2014

Respeito MH17 "voltando pra casa"

Ontem o marido queria assistir o cortejo de 75 vítimas do MH17 que passa pela rodovia perto da nossa tribo.  Fomos os 4. Difícil é explicar o que aconteceu para o nosso filho, S., que agora que tem 5 anos já está entendendo o que é morte. Fiquei com receio de explicar o que aconteceu com o avião e que todos os passageiros morreram. Marido começou explicando o que aconteceu e viu o meu receio e medo do quanto o acontecido assustaria filhote.
Meu filho, rei da curiosidade,  logo disparou 1000 perguntas. Entre elas, por que todos aqueles militares? Por que toda aquela cerimônia? Por que as pessoas estão batendo palmas se as pessoas morreram? Por que estamos do lado da rodovia assistindo os carros passarem? O que significa 'mostrar respeito' pelas vítimas?  E se ele podia ver o tal avião?... Como é difícil explicar!

Minha filha, ainda bem, não entende ainda o que aconteceu, mas copiava o comportamento dos outros e como o seu pano branco* na mão, mas parecia estar pedindo paz do que consolo.

Marido que sempre foi um holandês 'nuchter' (pé no chão) e movido por lógica, ficou emocionado e começou a bater palmas em sua maneira de mostrar respeito. Eu, como sempre, chorei.
Apesar da tristeza, a maneira de como os Holandeses trataram a situação com dignidade e respeito deu orgulho e foi ao mesmo tempo, bonito.

Hoje ainda haverá o último cortejo das vítimas. O último até que acharam as outras que ainda não foram recolhidas do lugar da tragédia. Espero, do fundo do meu coração, que todas sejam encontradas e   resgatadas para 'voltarem pra casa'...



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