quarta-feira, 30 de julho de 2008

O "trem" do papai...

Segunda mamãe foi fazer o primeiro exame na verloskundige (parteira). Papai foi junto.
Mamãe respondeu 500 perguntas sobre o histórico médico dela e da família.
Depois disso foi a hora da moça lá querer escutar o meu coração. Ela tentou não criar nenhuma expectativa no papai e na mãe por que ainda estava “cedo” (10a semana) e que muitas vêzes não se escuta o coração do bebê. E que não era pra se preocupar por que isso não quer dizer que tem algo de errado.

Mamãe e papai disseram que os primeiros barulhos que eles escutaram parecia como uma ventania e mamãe tentou prestar mais atenção nos barulhos para ver se ela identificava uma batida de coração. De repente a parteira começou a sorrir e perguntou pra mamãe:

“Tá ouvido? É o coração do bebê...”

Mamãe arregalou os olhos e ela estava tão concentrada nos barulhos minimalistas que estava perdendo a batucada que eu estava fazendo. Mamãe já estava preocupada que ela daria de uma de Rachel de um seriado chamado Friends que quando estava grávida não via o bebê na ecografia, mas finalmente mamãe se tocou e me ouviu!
Mamãe virou pra ver papai e ele estava mudo e estático parecendo uma estátua...

Ainda assutada, mamãe virou pra parteira e disse:

“Meu bebê parece que está tendo um ataque cardíaco!!!... Tem algo errado?”

A parteira riu e “ensinou” pra mamãe que o batimento de um bebê é sempre 2 x mais rápido do que o da mãe. Que isso era normal!

Mamãe desculpou-se dizendo que não sabia de nada sobre bêbes e que ela era realmente leiga nesse assunto. A parteira sorriu carinhosamente e e disse que ela também aprenderia como todo mundo aprende...

A moça disse ainda que o meu batimento cardíaco estava tão nítido e forte que ela acha que a gestação da mamãe está mais adiantada do que eles pensavam. No final das contas, a moça lá pediu pra mamãe antecipar todos os exames de sangue e de ecografia para essa semana.

O exame de segunda foi a primeira vez que eu dei o meu “sinal” de vida para papai e mamãe. Foi como se eu tivesse me comunicado pela primeira vez com eles. E dessa vez o efeito foi tão forte no papai quanto na mamãe. Mamãe disse que papai não conseguia dizer nada! Só quando chegaram no carro, papai se virou pra mamãe com um sorriso de orelha-à-orelha e disse que os meus batimentos cardíacos pareciam de um trem! E mamãe começou a achar graça!... Mamãe diz que a ecografia é que vai causar mais impacto, ainda mais no papai, que (ainda) não pode sentir nada da minha existência a não ser durante esses exames.

Mamãe disse também que papai passou o dia nas nuvens, rindo à toa e toda vez que podia beijava a barriga da mamãe e encostava o ouvido pra ver se conseguia escutar de novo o meu coração. Para completar, papai encostava a boca dele na barriga dela e tentava imitar o barulho de um trem como se ele pudesse se comunicar comigo....

É..., quando mamãe disse que papai tinha virado babaca, ela não estava exagerando! Ha ha!..

segunda-feira, 28 de julho de 2008

Despedida...

Quando você gosta de alguém você só deseja a felicidade pra ela. Mesmo que isso signifique distanciar-se fisicamente da(s) pessoa(s) querida(s).
O fato é que – mesmo com todos os meus mais lindosdivinosemaravilhosos desejos para os meus queridos amigos Ton & Bia – tem horas que bate aquela insanidade mental e louca de ser puramente egoísta e querer mantê-los sempre ao nosso lado.

Como muitos já devem ter ouvido falar, sábado foi a despedida do casal. Foi uma noite maravilhosa com direito à boa comida, boas companhias, muitas risadas, sessão de músicas bregas (aquela do “Pare de tomar a pílula”, o medley do Sidney Magal e o “Pense em mim” foram as grandes vencedoras de gargalhadas!), mas também de recordações pessoais de cada um na hora de soltar um balão para que cada desejo ao casal seja realizado, além de claro, um álbum feito praticamente pela Cris com mais de 100 fotos do casal durante todos esses anos de Holanda. Havia fotos da Copa, do Dia-da- Rainha, dos casamentos, deles com os bêbes recém-nascidos, dos vários encontros e churrascos que ilustraram perfeitamente a alegria que a presença e a personalidade deles nos propuseram todos esses anos.

Eu já sabia que iria chorar horrores nesse dia e garanto que não decepcionei ninguém. Tentei e aguentei o casaço o máximo que eu pude para tardar o máximo o momento da despedida, mas, infelizmente o momento sempre chega. E digo com toda a sinceridade que foi barra e ainda continua sendo superar a despedida.

Sei que nos veremos, sei que a internet ajudará diminuir a distância, mas eu digo com lágrimas nos olhos que na hora que o meu chá de bebê chegar que eu sentirei demais a falta de amigos tão queridos e que, durante todos esses anos, foram pessoas maravilhosas que me ajudaram em tempos difíceis e em tempos felizes.

Tenho poucos, mas ótimos amigos. Sinto-me privilegiada por terem em minha vida e por serem tão especial e por isso a hora de despedida (física) é sempre uma grande dor pra mim. Já tive que me despedir de amigos mais vezes do que eu “gostaria” nessa vida. Pelo menos, do meu coração eu nunca precisarei me despedir deles...

Bia & Ton – se tudo der certo, em 2010 faremos juntos uma Odisséia em Brasília!

Beijos e Boa Viagem!

quinta-feira, 24 de julho de 2008

Num mundo paralelo perto do umbigo...

Mamãe diz que anda muito cansada e sem inspiração pra nada. Ela diz que cansa até de não fazer nada. Cansa até quando dorme!... Ela diz que não consegue entender e não consegue explicar pra ninguém o seu cansaço que já alcançou até sua força mental... Não importa quantas horas ela descanse, mentalmente e fisicamente, ela não tem vontade e nem energia pra nada.

Ela fica chateada quando isso afeta o trabalho dela... A consciência dela pesa e os prazos de entrega estão cada vez mais perto. E mamãe, exigente como só ela, se recusa usar a gravidez como desculpa pra não fazer o seu trabalho bem.
Ela espera mesmo que essa falta de energia passe logo depois dos 3 meses...

Semana que vem ela fará o primeiro controle. Ela estava nervosa pensando que também já seria a primeira ecografia, mas a “verloskundige” disse que não e que a eco será daqui mais algumas semanas. Desde então, mamãe ficou mais tranquila.

Mamãe também já disse que não postará a foto da ecografia, de sua barriga nua ou qualquer coisa do gênero aqui no blog. Ela diz que todo mundo fala que é algo muito especial e íntimo e ela já decidiu há muito tempo que é assim que ela quer tratar, como algo íntimo.

De resto, ela diz que a melhor parte da gravidez é ver a felicidade de papai e das avós. Principalmente da vovó Holandesa, mãe de papai. Mamãe diz que a minha existência é o suficiente pra que o mundo da vovó tenha ficado todo colorido como um arco-íris!
Ela diz que toda sexta ou sábado o telefone toca e ela já sabe que é vovó fazendo sempre a mesma pergunta: “Ainda está tudo no lugar?”... Mamãe, que devido ao cansaço, deixa o papai atender os telefonemas, disse que era pra vovó fazer a mesma pergunta daqui há 7 mêses que daí ela poderá variar a resposta, mas que enquanto isso não acontecia, que estava tudo bem...

Mamãe e papai já estão até preparando uma outra surpresa pras vovós. Mamãe já está organizando as nossas férias pro ano que vem e eles vão bancar para que as vovós vão conosco, provavelmente, pra Grécia. Como as vovós são “cumadres” e se dão super-bem, mamãe já sabe que para as duas serão umas férias maravilhosas! Sem falar que elas poderão me curtir bastante e que, de acordo com mamãe, elas ficaram babando mais do que eu!
Sem brincadeira, acho isso muito difícil, mas já que é a mamãe que está dizendo isso, quem sou eu pra duvidar?

Enfim, que vai ser legal, ah isso vai! :)

terça-feira, 22 de julho de 2008

Cansada

Queria muito ficar em casa deitada na cama e deixando o vento passar...
Acho, de fato, que meus gatos tem uma vida um tanto quanto invejável neste momento.



sexta-feira, 18 de julho de 2008

A lista

Confesso que não costumo responder questionários-correntes, não sei muito bem o porquê, mas.... como a Paula é umas blogueiras que eu gosto, eu resolví responder as perguntas dela.

As regras:
1º) Fazer uma lista com 8 coisas que sonhamos fazer antes de morrer;
2º) Ao finalizar convidar 8 parceiros de blogs amigos;
3º) Deixar um comentário no blog de quem nos convidou;
4º) Deixar um comentário no blog dos nossos convidados, para que saibam da intimação;
5º) Mencionar as regras.

Bem, lá vai a minha lista...

1 – Viver consciente que um dia o meu dia de partir vai chegar, por isso viver cada dia sem arrependimento, ou então, como diria Sinatra: ... Regrets I had a few, but then again, to few to mention...

2 – Mesmo com todas as coisas negativas dessa vida, desse mundo, nunca ficar cega para admirar as coisas belas e boa da vida. Ser uma pessoa positiva e saber perdoar.

3 – Continuar realizando os meus sonhos e curtindo a vida sejam indo à concertos, fazendo viagens esdrúxulas, em casa ou com pessoas queridas. Entre as viagens esdrúxulas ainda estão: Ir para Nova Iorque com a minha mãe e Amore. Fazer um passeio de helicóptero pelo Grand Canyon. Voltar a Disney e aos 50 anos, bem-casada e feliz com Amore, fazer uma viagem de volta pra Polinésia Francesa. Visitar Moorea, ver o sol nascer e me sentir ínfima perante tanta beleza.

4 – Ser uma boa mãe e que saiba fazer os sacríficios necessários para que meus filho(a) (s) tenham bons princípios e valores, sem que eles sejam mimados. Que, se for preciso, eu tenha a força e a coragem que a minha mãe e vó tiveram para superar toda e qualquer dificuldade em nome deles.

5 – Depois da gravidez voltar a emagrecer (de novo!). Rápido e fácil, pliiiis!

6 – Aprender a tocar violão (ou keybord, piano...)

7 – Fazer um trabalho de caridade. Ser a “rocha do penhasco”de alguém.

8 – Evoluir espiritualmente.

E agora vem a parte mais difícil! Passar a bola adiante para 8 blogueiras!?... A maioria que eu conheço ou conhecia, fechou, então vai lá pra quem sobrou:
Marcita, Drica (nesce), Dri, Ana Lúcia, Adriana e a Daniela.

terça-feira, 15 de julho de 2008

Da Selva pro Banheiro...

Ontem fui falar da minha gravidez para o líder do projeto legal.
...
Eu: Posso falar com vc 5 minutos sobre uma questão pessoal?
Ele: Tudo bem...
– fomos sentar em outro sala e daí ele começa:
Você não vai me dizer que tem outro emprego!... Não, outro emprego, não!...
Eu começo a rir pela precipitação dele...: é..., não deixa de ser um emprego novo, a maternidade...
Ele grita: “Parabéns!!!”...
Eu: bem, eu não queria comunicar ainda pra todo mundo...
Ele: Oops!... acho que falei alto demais, não é?...


Sem brincadeira, esse líder do projeto é uma figura! Depois da pérola que Bora-Bora fica do lado de Piri-Piri (um tipo de pimenta!), ele sempre saí com umas pérolas mais cômicas que as outras! Semanas atrás, ele veio com mais uma..

Durante um lanche com uma visitante da Inglaterra, ele descreveu a minha pessoa pra ela com a versão feminina e encarnada do Tarzan.
Ele disse que eu saí do meio da selva Amazônica (no cipó e de tanguinha?) que vim pra Holanda e fui, aos trancos e barrancos, me civilizando, aprendendo a língua, adquirindo os diplomas e ganhando experiência que pouquíssimos têm. Hoje em dia, de acordo com ele, eu falo um Holandês que muitos nem sabem que eu sou estrangeira, que eu escalei posições e funções acima de Holandeses e que tem muito branquinho (Holandês) que se sente intimidado só de escutar o meu nome por causa da minha história...

Sinceramente, eu escutando a descrição do lado dele quase me fez chorar de rir. Ao mesmo tempo deu vontade de dizer: Valeu...!
Na regra geral, é muito difícil um Holandês reconhecer o grau de dificuldade que é para um estrangeiro conseguir o seu lugar na chuva Holandesa. E ele, de uma maneira cômica e estereotipada, reconheceu o meu.

E para completar, profissionalmente ele é um dos melhores líderes de projeto que eu já conhecí e tive a oportunidade de trabalhar junto. Dele eu ainda posso aprender muito. Desde que, claro, não seja geografia e aspectos culturais de outros países....
*
*
*
A novela do banheiro finalmente chegou ao final. Ontem vieram colocar as portas de vidro da ducha. Começamos a reforma em dezembro do ano passado e ontem, 8 meses depois, chegou ao fim a parte do banheiro de cima. No térreo ainda temos o banheiro minúsculo para terminar. Falta comprar a fechadura da janelinha, pintar as paredes (onde não tem azulejos) e colocar um espelho. Essa mini-novela aí, ainda vai demorar mais um pouco, mas um dia a gente chega lá... Eu acho!

sábado, 12 de julho de 2008

Em choque... parte 2

Na empresa está um ar triste e mórbido. Muitos olhos vermelhos, muita gente abalada, muitas perguntas sobres os riscos de contaminação.

Nossa colega pegou o virus quando foi, junto com um grupo de viagem, fazer uma excursão numa caverna codinome Python em Uganda. Como em toda caverna, havia alí uma comunidade de morcegos. Porém, nesta região da África, vírus como o da Ébola e seus variantes sempre aparecem. Na regra geral, eles são transmitidos por macacos, morcegos e ratos.

Nossa colega teve muito azar, ou então, a sua hora realmente havia chego, por que de um grupo todo e de milhares de morcegos – somente um se mexeu e vôo justamente na direção da A. Ele não a mordeu, parece que somente tocou, mas isso já foi o suficiente para transmitir o vírus. Ela foi a única vítima, ninguém mais.

O vírus “Marburg” tem um período de encubação de 21 dias e só é transmissível quando a vítima apresenta sintomas do vírus, que são: sintomas de gripe, febre alta, vômito, diarréia e perda de sangue.
Só se é contaminado quando se há troca de secreções corporais. Não há transmissão em toque de pele ou tocar em algo que a vítima tocou.

A instituição de saúde Holandesa pesquisou na empresa o risco de contaminação e por mais que não possa ser completamente excluído, as chances são mínimas.
Recebemos instruções para caso alguém apresente algum sintoma. Em todos os andares do prédio foram colocados panfletos e já foi avisado, quem apresentar algum sintoma será colocado em quarentena e isolamento. O índice de mortalidade causado pelo vírus é de 80%. No caso de uma pessoa saudável, o vírus leva à morte em uma semana. Nossa colega aguentou 9 dias. Se ela o superasse, ela precisaria, no mínimo, de um transplante de fígado e rins. Na quinta à noite, ela só respirava por aparelhos. Todo o seu corpo já havia sido sucumbido pelo vírus. A luta tinha chego ao final e os aparelhos foram desligados...

Sei que não corro o risco por que durante a semana que ela esteve no nosso departamento, eu não estava lá. Mas o Júnior, colega do projeto capenga, sentava justamente na frente dela e esteve com ela no dia que ela apresentava os sintomas (ou seja, durante o período de contaminação), tanto que, ele até comentou com ela que ela não parecia estar bem por que suava como numa sauna. E agora o nosso colega Júnior, obviamente, está assustado.

No momento, 100 pessoas estão sobre o controle direto de um orgão da saúde. Entre essas 100 pessoas que estiveram em contato com a nossa colega, 45 são do hospital onde ela passou o fim de semana. O resto são familiares e o marido dela, que além de ter perdido a esposa, é quem corre o maior risco de ter sido contaminado.
Serão 3 semanas de alertas e de medo. Muita gente saindo de férias agora, muitos estão nervosos. Quem tiver uma simples gripe, vai entrar em pânico.

Nossa colega A. será cremada na segunda-feira. Mesmo que o último desejo dela tivesse sido ser enterrada, não vai ser possível, para eliminar qualquer hipótese de riscos de contaminação.

Enquanto isso, o orgão de conselho de viagens do governo não desaconselha viagens para Uganda. Eles só desaconselham as excursões as cavernas....

sexta-feira, 11 de julho de 2008

Em choque...

Em todas as notícias, jornais e websites Holandeses estão falando de um caso de uma mulher que veio de férias de Uganda e está contaminada com um vírus raríssimo variante da Ébola e que causa fortes vômitos e fortes hemorragias internas. Ela está agora hospitalizada em uma unidade de isolamento num hospital em Leiden.

A pessoa em questão é uma colega minha de trabalho que senta uns 5 metros da minha mesa. Semana passada ela voltou de férias e veio trabalhar. Na quarta-feira ela começou a passar muito mal, estava fervendo de febre. Ela foi pra casa e na sexta-feira ela foi internada. Na segunda, depois de ter constatado que vírus era, ela foi transferida para o outro hospital em isolamento. A situação dela já estava tão crítica que os médicos avisaram ao marido que era hora de se despedir.
A única chance que ela tinha seria em coma induzido para que o corpo se concentrasse em lutar contra o vírus, já que, infelizmente, ainda não existe uma vacina para a cura.

E no tempo em que eu escrevia esse post, a empresa comunicou o falecimento dela nessa madrugada...

O nome dela era Astrid e tinha 41 anos...

terça-feira, 8 de julho de 2008

Enfim,... Azar!

* Depois de pensar muito, eu respondí o e-mail da "inha". Resolví não mentir, mas também não falei todas as verdades.
Respondí de uma maneira educada que ele achou que ela não estava preparada para a entrevista e pronto.
Se mesmo assim ela ficar "emburrada" comigo, azar dela. Foi ela que respondeu as perguntas da entrevista e não eu.
No final das contas, quem sabe assim ela não deixa de me procurar?!
Só sei que a minha consciência está limpa! Se a gente se esbarrar no mundo profissional eu continuo não precisando baixar a minha cabeça nem pra ela, nem pra ninguém...

* De resto, não tenho muitas novidades. O projeto capenga continua, mas agora eu estou colocando ferro quente no líder do projeto chato. Ele não quer me deixar ir, ao contrário, quer aumentar os meus dias no projeto. Também não quer deixar o Júnior ir, enquanto ele vai mudar de função. Quando o Júnior anunciou a saída (prevista pra outubro), o rosto do líder do projeto ficou roxo. Por mais que os líderes tenham sido avisados à tempo sobre substituições, o atual quer prender todos contra vontade e está pouco se lixando pra situação de cada um. O time já está à beira de um colapso nervoso. E eu estou chegando ao ponto que vou jogar aos mãos pro céu e dizer: Escreveu, não leu? O pau comeu!
Acredito que vocês entenderam o que isso quer dizer, nénão?!...

* Ah! E sabe que planos eu estou fazendo agora?... Férias! Gente, Férias!!!! Estou louca pra me refestelar por uns 8 à 10 dias em algum hotel bacana à beira mar! Mas isso só vai sair final de setembro. Ou seja, por enquanto só sonho!...

Anyweg, deixa eu me ir que eu estou dóida pra ir pra casa!

Fui!

sexta-feira, 4 de julho de 2008

Bola versus bóia

Segue o diálogo da semana passada com líder do projeto legal

Líder: Eu fiz uma entrevista com uma pessoa que você conhece...
Eu: é mesmo? Quem?
Líder: “fulaninha tal”
Eu: ah... é..., conheço da empresa americana
Líder: vc a contrataria?
Eu: (engulo à seco e em pensamento digo: não! Mas será que eu posso dizer assim? Sem ter que explicar a pessoa mesquinha que ela é? E não seria anti-profissionalismo meu?) .. e a pausa é longa...
Líder: pela demora da resposta acho que já sei a tua resposta...
Eu: bem, é que em termos de conhecimento e experiência com o sistema, eu diria que sim, mas como pessoa, eu não sei porquê não a conheço bem...

Líder: mas vc a contrataria?
Eu: de novo cheio de dentes...
Líder: começa a rir... depois ele diz: eu não dúvido que ela tenha boa experiência e conhecimento do sistema, mas ela não tem personalidade...
Eu: (ufa!)

Ele continua: Perguntei por que ela gostaria de trabalhar na nossa empresa, qual era a motivação dela e ela deu a pior resposta que eu já ouví: Ah! Não precisa ser para empresa de vocês, pode ser qualquer uma...” Ela veio pra entrevista sem se preparar, sem motivação, sem nada... Achei-a super-sem-graça! Eu a rejeitei e disse que ela não era o que procurávamos....


Enfim, esta foi a mesma “zinha” que só me procurava quando precisava algo de mim. A mesma que quando eu ou outras pessoas precisavam dela na empresa americana se fazia de rainha-da-cocada-preta e dava-nos as costas. A mesma que perdeu a promoção pra mim e depois espalhava com a colega Brutus que eu não merecia. E é também a mesma que semanas atrás queria a minha ajuda e informações minhas para entrar aqui na empresa.

Hoje eu recebo de novo um e-mail dela me contando uma outra versão que o meu líder do projeto legal contou. Diz que a entrevista foi bastante interessante, mas que eles chegaram num acordo mútuo para não continuar a candidatura por que ela não tinha interesse de viajar à trabalho. E agora ela me pergunta sobre as minhas viagens. Se eu gosto, quantas vezes eu viajo e blábláblá...

Respondí o e-mail dizendo o nome do líder do projeto com quem ela tinha tido a entrevista e que eu trabalho com ele. Disse também que ele me falou da entrevista pensando que assim ela iria pensar melhor no que ela inventaria pro meu lado. Esperava um pouco de consciência do lado dela, mas acho que esperava demais..

Também não esperava mais nenhum e-mail dela, mas veio mais um.
Mesmo já tendo respondido a pergunta da viagem, ela continua querendo saber maiores detalhes e agora ela está curiosa para saber o que ele falou pra mim à respeito dela, se tem alguma coisa que ela possa tirar proveito para melhorar. (hell, yeah!)

E agora eu estou aqui matutando se eu respondo ou não o e-mail dela?
E se eu responder, digo que ela pisou feio na bola? Ou deixo ela boiando?.... O que ela merece depois de tudo o que ela me fez?... No final das contas, ela cavou a própria cova e nem precisou da minha ajuda!

Então, digam aí! O que vocês acham que eu devo fazer?

quinta-feira, 3 de julho de 2008

Enquanto isso,...

Daqui a 2 semanas eu deverei fazer uma viagem bate-e-volta à trabalho para a Inglaterra e na primeira semana de agosto, eu deverei ir para Turquia dar um treinamento lá.
Muitas dúvidas por que eu ainda não passei o do primeiro trimestre da gravidez. Aqui na Holanda eles desaconselham viagens durante esse período. Já no Brasil e em Portugal dizem que não há problema nenhum, a não ser, é claro, do enjôo que é normal nessa fase. Todos os países só “proíbem” viagens a partir da 36ª semana quando o bebê já pode nascer a qualquer hora.

Sendo assim, eu não sei se o “desaconselho” Holandês de viajar durante o primeiro trimestre é somente muita precaução, já que nessas horas eles tendem a ser bem cuidadosos. Na verdade, Holandeses são, na minha opinião, às vezes muito contraditórios. O cuidado no primeiro trimestre versus a preferência do parto em casa, mesmo que você corra o risco de ter que correr desesperadamente para um hospital em caso de complicações, pra mim, não segue a mesma linha de precaução.

Sem falar que no Brasil, assim que você descobre que está grávida, eles pedem para fazer um exame de urina e de sangue para ver se você não tem nenhuma infecção e para ver se você não tem falta de uma proteína ou baixo nível de ferro no sangue... Já aqui na Holanda, quando você liga pro médico ou parteira, eles marcam a sua primeira visita lá pela 10ª ou 12ª semana. A não ser, é claro, que você esteja na faixa dos 35 anos. Para grávidas nessa idade, os controles e acompanhamento médico durante a gravidez são mais restritos e há mais exames a serem feitos. Entre eles, por exemplo, o exame para saber a probabilidade de ter uma criança com a síndrome de Down.

Enfim, há muito o que se falar sobre as diferenças de tratamento, da cultura, da licença à maternidade e dos direitos definidos por lei.

Seguem aqui algumas informações que eu andei acumulando sobre as leis...

Na Holanda você pode entrar com licença à maternidade no máximo 6 semanas antes da data prevista do nascimento da criança e no mínimo 4 semanas antes. Mesmo que você esteja passando bem e queira continuar trabalhando no 8º mês, isso é proíbido por lei. E a empresa que permitir ou pedir para uma gestante continuar trabalhando nesse período corre o risco de receber uma multa do governo.

Depois do nascimento da criança, a mãe tem direito a 10 semanas seguidas de licença caso ela tenha saído de licença 6 semanas antes do parto. Se ela saiu com 4 semanas, ela terá direito à 12 semanas de licença após o parto.

A licença à maternidade não afetará o número de dias de férias que a empregada tem direito, assim como não afetará o 13º salário e bonus como estipulado no contrato.

Durante a licença a empregada recebe um “uitkering” (benefício) do UWV que corresponde a 100% do salário e é financiado pela empresa.
Depois da licença a maternidade, tanto o pai quanto a mãe tem direito ao “Ouderschapverlof” (Licença dos Pais). Para ter esse direito, os pais devem estar empregados pelo menos um ano na empresa e a(s) criança(s) deve(m) ser menor(es) de 8 anos. O direito dessa licença é calculada da seguinte maneira:

A carga horária semanal de trabalho estipulado no contrato x 13 semanas. Exemplo: 40 horas x 13 = 520 horas de licença (65 dias).

Esses dias de licença não são pagas. E assim que a licença acabar o empregado deverá voltar a exercer a carga horária completa, a não ser que, o empregado e a empresa cheguem a um outro acordo.
Na Holanda a maioria dos pais escolhem diminuir a carga horária, ou seja, trabalhar menos. Nesse caso, tanto o pai quanto a mãe passam a trabalhar 4 dias por semana e 3 dias por semana a criança vai para a creche. Para quem trabalha 5 dias por semana e decide passar a trabalhar 4, o salário diminui 20% do total.

Com os custos da creche e a diminuição das horas pagas de trabalho, a situação financeira do casal regride, mesmo que o governo e a empresa colaborem nos custos da creche.
A contruibuição da empresa, que passou a ser obrigatória desde janeiro de 2007, é na regra geral de 1/6. No caso em que ambos os pais trabalham, no total o casal deverá receber 33% dos custos da creche de volta. A contribuição da empresa é adquirida junto com o do governo e não diretamente da empresa. Do governo a contribuição é baseada no salário bruto anual do casal.

A tabela a seguir mostra as % válidas na ajuda de custo da creche do governo.




A primeira e a segunda coluna são as margens salariais. A 3ª coluna é a % de contribuição do governo para o primeiro filho, a segunda, no caso de um segundo filho. Reparem que quanto maior o salário, mais baixo é a contribuição do primeiro filho e maior é para o 2º filho. Isto é uma das formas que o governo escolheu para estimular o índice de natalidade, principalmente, entre os mais bem assalariados.

A percentagem de contribuição do governo deverá ser somada a percentagem de contribuição da empresa. Ou seja, se você recebe 33% da empresa e o casal tem junto uma renda salarial anual (bruto) de 50.000€. No total a contribuição será de 49,6% + 33% = 82,6% dos custos pagos.

O exemplo dado é baseado num salário modelo Holandês em 2008. Este está por volta dos 1.600€ neto por mês (bruto é +/- 2.700€ por mês – por volta de 33.000€ bruto por ano) para quem trabalha em tempo integral. A média salarial geral de um casal Holandês varia entre 50.000€ - 60.000€ bruto por ano.

Vale à pena ressaltar que quem pensa que este salário é de gente rica na Holanda, se engana. O imposto descontado do salário varia entre 1/3 do salário à 52%. E com o custo de vida alto na Holanda (principalmente o de habitação e de alimentação) quem vive nessa faixa salarial consegue viver bem, mas sem (grandes) luxos (como férias caras e várias vezes por ano, jantares fora, uma mega-tv, super-camera digital, etc...) ou então vivem com "luxos" moderados. Ainda mais, os casais que tem crianças.

No final das contas, hoje em dia na Holanda eu acho que já se tornou impossível de ter filhos e viver bem as custas de um único salário. Isso já deixou de ser opção há muito tempo, a não ser, é claro, que você ganhou na Staatsloterij (a Megasena Holandesa), mas aí, quem precisa ainda trabalhar, não é mesmo?...


Fonte das tabelas: www.kinderopvang.net

terça-feira, 1 de julho de 2008

Olá de novo!

Mamãe disse que volta e meia ela deixará eu contar as novidades aqui no espaço dela. Ela disse que ficou impressionada com o número de pessoas que entraram em contato com ela, depois que dei o meu primeiro “oi”. Muitos estão curiosos agora para saber como eu e mamãe estamos indo. Ela disse que eu posso contar como vamos, mas que como tudo na vida, existe um limite de informação relevante a ser contada. Mamãe diz, por exemplo, que ninguém vai a blog de ninguém para ler sobre merd@ ou sobre a incapacidade de meditação sobre o trono ou qualquer coisa do gênero. Então, desses tipos de detalhes, os leitores serão poupados.

Mas, voltando ao que importa, mamãe diz que nós dois – ocupando um mesmo corpo – precisamos formar um time e até agora é assim que eu tenho me comportado. Não tenho causado nenhum enjôo e nenhum mal-estar à mamãe. Ela diz que só se sente muito cansada e muito rápido, mas ela diz que eu preciso de toda a energia para eu me evoluir perfeitamente e que por sermos 2 em 1 corpo o cansaço não poderia ser diferente.

De resto mamãe diz que no trabalho vai seguir a regra dos Holandeses e só anunciar a gravidez depois das 12 semanas. Ela só avisou até agora uma pessoa que é um das superiores, que só foi avisada para o caso que algo venha a acontecer e mamãe tenha que ficar um tempo sem trabalhar. Mas, mamãe acredita que vai dar tudo certo e está super-positiva.

Outra pergunta que muitos fazem e se ela espera que eu seja uma menina ou menino. Perguntam o que a intuição dela diz e se ela e papai têm alguma preferência. Mamãe diz que a intuição dela não está funcionando e que mesmo que papai e mamãe tenham uma preferência, o que eu tiver que ser, serei. Mas, de acordo com um website de uma tabela chinesa e a tia Bia que fez um truque com um pêndulo, eu serei uma menina. Então, agora é aguardar para saber!...

Papai continua nas nuvens e trata mamãe como uma princesa. Faz tudo e mais um pouco para nós. Quando dá umas 21:30hrs papai vai até mamãe dizer que nessa hora criança já deve estar na cama. Ele faz isso que é para garantir que mamãe tenha bastante descanso. E para relaxá-la, ele ainda faz de quebra, uma massagem nos pés dela (que mamãe adooora!) e dá beijos na barriga.

Ah! E por falar em barriga, mamãe não se aguenta quando alguém vem querer acareciar a barriga dela pensando em mim. Mamãe diz que a única coisa que eles acareciam são suas gorduras que sempre estiveram alí e que ainda vai levar um bom tempo até que alguém possa realmente me notar ou sentir.
Será mesmo?....